O Instituto Nacional do Cancro tem um bom resumo da relação entre os contraceptivos orais e o cancro, com base em vários relatórios. Embora tenha havido alguns resultados contraditórios, parece haver um consenso de que há um ligeiro aumento do risco de cancro da mama entre as mulheres que usam contraceptivos orais.
Aqui estão os três relatórios:
- * Burkman et al. (2004) :** Esta é uma visão geral dos estudos feitos desde que os primeiros contraceptivos orais se tornaram amplamente utilizados, nos anos 60. Os dados indicam que existe um risco ligeiramente maior de cancro da mama entre as mulheres que tomam contraceptivos orais.
- * Hunter et al. (2010) :** Os dados foram obtidos a partir de rastreios bianuais de mais de 116,00 mulheres durante um período de doze anos. Verificou-se que o uso de contraceptivos orais no passado não contribuiu para o cancro da mama, enquanto que o uso actual destes contraceptivos levou a um ligeiro aumento do risco. No entanto, isto centrou-se num tipo específico de contraceptivo oral.
- * Lancet (1996) :** Foram analisadas mais de 150.000 mulheres de 54 estudos. Houve três conclusões principais:
- Há um ligeiro aumento no risco de cancro da mama naquelas que deixam de tomar contraceptivos orais depois de os usarem regularmente durante muito tempo.
- Os cancros da mama em mulheres que usam estes contraceptivos foram detectados ou diagnosticados em qualquer fase anterior.
- As mulheres que usaram contraceptivos antes dos vinte anos de idade tinham um risco ligeiramente maior de cancro da mama.
Existem, naturalmente, outros estudos não mencionados no artigo NCI, incluindo estes dois:
- * Heikkinen et al. (2015) :** O uso de hormonas exógenas gerais nos contraceptivos orais e nos dispositivos intra-uterinos libertadores de hormonas. Nestes casos, foi observado um risco ligeiramente mais elevado de cancro da mama.
- * Jordan et al. (2015) :** Isto utilizou estatísticas para estimar os casos de cancro da mama causados pelo uso de contraceptivos orais. O resultado foi que cerca de 100 casos na Austrália em 2010 podem ser atribuídos ao uso destes contraceptivos.
- * Zhong et al. (2015) :** Esta pesquisa da PubMed combinada com métodos de análise de dados sugeriu que não há ligação entre os contraceptivos orais e o cancro da mama.
Estes três estudos foram todos publicados (ou mesmo apenas apresentados à PubMed) muito recentemente, pelo que os seus resultados não são necessariamente confirmados por outros estudos. Contudo, são certamente mais recentes do que alguns dos outros estudos.
Parece haver um ligeiro aumento do risco de cancro da mama nas mulheres que utilizam contraceptivos orais - incluindo os tipos utilizados actualmente. No entanto, este risco é muito, muito pequeno, e os benefícios dos contraceptivos ultrapassam de longe quaisquer riscos possíveis a este respeito. Os resultados de Jordan et al. (2015), se definitivos, deveriam mostrar que quaisquer efeitos no mundo real são negligenciáveis quando analisados em termos globais.